Descrever e refletir sobre questões
relacionadas a diversidade acerca da Diversidade étnico racial foi um grande
desafio. São questões que nos inquietam e desacomodam, nos levam a perceber que
não sabemos tudo, mas que podemos estar sempre aprendendo coisas novas e a
desconstruir aprendizagens e práticas. É
na educação infantil, o primeiro espaço em que ela começa a se relacionar em
grupo, um espaço rico e privilegiado em que a criança pequena pode vivenciar
essas relações multicultural de diversidade étnico-racial, onde ela começa a
aprender regras, ter suas preferências e a brincar em grupo, bem como a
respeitar o outro e a si mesmo. A interdisciplinar de Questões étnico-racial
nos proporcionou pesquisar e buscar textos referentes a diferentes etnias
culturais e raciais. Toda essa busca me fez refletir sobre minha experiência
como professora. A partir dessa busca e pesquisas feitas conclui que nós
professores temos que nos qualificar dando sentido ao que queremos ensinar e
nessa construção de novos saberes iremos ajudar os alunos a saírem da sua zona
de conforto buscando a aprender novos conhecimentos, desconstruindo assim
ideias pré-estabelecidas. Foi um semestre intenso, cheio de desafios e
reflexões sobre diversidade, diferenças, identidade, respeito, tolerância,
religiosidade, pluralidade, singularidade e cultura. Trabalhar esses conceitos
foi uma busca de novas descobertas e aprendizado. Uma das tarefas da
interdisciplina pediu que fizéssemos uma pesquisa relacionada ao censo da
escolar da escola em que trabalho, mas para minha surpresa, eles não usam essa
ferramenta de pesquisa. Acredito que o censo escolar é importante, pois é um
instrumento que nos mostra dados relativos às diversas etnias existentes no
espaço escolar. Portanto sem sombra de duvida é importante pesquisar e
investigar sobre a cor e raça e ver o quanto ainda existe desigualdade sociais
não só no Brasil, mas em diversas partes do mundo. São dados que nos mostra a
constituição do nosso povo. Como a instituição que trabalho não faz censo
escolar, fiz de outra forma. Na minha sala é possível observar a presença de
alguns grupos étnicos: brancos , negros e pardos. E foi através dessa
observação que na roda de conversa que uma das crianças que é negra e se diz
ser branca, isso me chamou atenção. Diante desse fato, fiz alguns questionamentos:
o porquê a não aceitação de sua cor? De que forma abordar essa questão? Abordar
diferentes assuntos na rodinha, como etnias, raça, religião etc...oportuniza ao
professor ver como cada um se vê em relação a sua cor. Foi interessante ver como
cada criança se constitui, cada uma se enxerga de uma maneira. É importante
levar para sala de aula atividades significativa, pois a criança aprende mais
aquilo que ela sente, toca e interage. A criança precisa perceber e reconhecer
com pessoa de direito sem preconceito e discriminação em relação a sua cor.
Assim como a criança negra, a criança indígena também sofre preconceito.
Segundo a pesquisadora Guarani-Kaiowa Elda Vasques Aquino (2012), acredita que
a criança indígena precisa aprender profundamente sobre sua cultura, só assim
poderão mostra e interagir com outras pessoas mostrando sua cultura para o
mundo. A partir disso podemos observar que é na escola que a criança aprende
sobre a historia e cultura africana, afro-brasileira e indígena. Os valores sociais
ganham novos significados.
A esse respeito Gomes ( 2007, p32 aponta)
“A cultura é aprendida: poderíamos dizer que
ela é uma herança inexorável dos indivíduos, senão são os próprios que devem
realizar percursos de inserção( aprendizagem) na cultura de seu grupo. Um ser
humano que não tenha possibilidade, isto é, alguém que não cresça em contato
com qualquer cultura, dentro de um grupo humano, sozinho não reinventa a
cultura do seu grupo e nem inventa a sua própria- posto que se trata de algo da
ordem do social e do coletivo ( grifos do autor).
Palavras finais
É importante que as escolas construam projetos
e criem estratégias para novas práticas pedagógicas, valorizando assim as
diferentes culturas tendo como foco principal a igualdade racial. As oficinas
podem oportunizar para outras crianças situações de aprendizado onde elas
poderão ensinar sua cultura, seus saberes para outras pessoas.
Nós professores podemos contribuir de forma
mais efetiva para que o negro e o índio, tenham uma educação igualitária e
deixem de ser invisíveis para se tornarem cidadãos de fato com direitos e deveres.
Bibliografia:
Crianças indígenas, educação, escola e
interculturalidade, Bergamaschi, Maria Aparecida. Menezes, Ana Luiza Teixeira
Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no
Brasil. Legislação, orientações, ações na educação da relação étnico-racial.
A cor ou raça nas estatísticas educacionais-
uma análise dos instrumentos de pesquisa do Inep Arquino.
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