Apesar de já haver muitos programas voltados para as
práticas pedagógicas de jovens e adultos os desafios pelo qual os educadores
passam não são poucos. O programa tem ajudado, mas não é o suficiente é preciso
um maior apoio das políticas sociais. Os projetos sociais tentam manter a
camada popular nas instituições, mas muitas vezes a evasão das salas de aula
toma conta, pois muitos são trabalhadores que sustentam a família. Vivemos em
uma sociedade excludente, que não enxerga o que está a sua volta, acreditam que
os mais pobres não tem direito a uma educação de qualidade. Muitas vezes o adulto que decide voltar a
estudar passa por muitas situações que o impedem de frequentar as aulas
diariamente.
Dentro da
precariedade, poucos recursos e pouco conhecimento em como administrar a
alfabetização dos jovens /adultos, o educador muitas vezes tem que lançar mão
de sua varinha mágica para por em prática metodologias que ajudem esse
jovem/adulto a construir seu conhecimento partindo da leitura de mundo que ele
já tem.
Sendo assim é importante que o educador saiba trabalhar com as diferentes diversidades pois cada comunidade tem uma cultura popular, que conheça seu
aluno, criando vinculo com esse sujeito, que lhe de segurança e acredite que
ele é capaz de aprender, independente da idade.
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os
homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. ( Paulo Freire)
Referências:
Hara, Regina.
Alfabetização de Adultos: Ainda um Desafio.3.ed. São Paulo: CEDI, 1992.
Dentro das novas tecnologias na educação está uso de Blogs que vem crescendo a cada dia que passa, criando espaço virtual para alunos e professores. Com a intenção de ampliar as aprendizagens das crianças, bem como a formação continuada dos professores em cursos á distância foi criado o AÇAÌ ( Ambiente de Criação e Edição de Atividades Interdisciplinar) uma ferramenta usada para registrar experiências, aprendizagens e vivências tanto da parte dos professores quanto dos alunos. Portanto é neste espaço de reflexão usado pelos professores e alunos com a intenção de formar projetos que mais tarde servirá de fonte de pesquisa. O Açaí se desenvolveu em 2003 e as atividades postadas neste ambiente é compartilhada com outras comunidades. Dentro desse mesmo contexto tem o projeto Amora (colégio Aplicação/UFRGS). O Projeto Amora também é um projeto curricular, agrega e soma com as ouras disciplinas com o objetivo de formar grupo de professores para trabalhar com as interdisciplinas com conteúdos que se relacionam para uma compreensão ampla dos alunos sobre ele. O Açaí blog foi criado para armazenar textos que contribua para a construção de um conhecimento ( conceito,noção etc.). Pode-se dizer que o Projeto Açaí e Amora é uma ferramenta de dados que contribui para que o sujeito possa ser autor de suas atividades educacionais permitindo socializar virtualmente com diferentes comunidades e espaços virtuais.
Acredito que trabalhar com projetos é muito importante pois é uma questão que ajuda a construir os planejamentos. Dentro de um projeto o professor conhece melhor a turma. Para o professor que ira mediar essa construção é desafiador e encantador, ver em cada rosto a expectativa de uma nova brincadeira. Já trabalhei com projeto na educação infantil e foi muito gratificante poder proporcionar espaços de aprendizagens e diferentes brincadeiras, foram momentos mágicos. Ao ler os texto achei interessante o Projeto Amora que apresenta um blog como forma de registro das aprendizagens, atividades etc. Poder armazenar as aprendizagens num banco de dados que futuramente ira contribuir para a construção de novos conhecimentos, socializar essas atividades com diferentes comunidades virtuais, é organizar o trabalho com as aprendizagens significativas do desenvolvimento dos alunos. Tais atividade, armazenadas em blog será um ambiente de pesquisa e reflexões. Em fim todo esse caminho de construção de um blog virtual , construído com a ajuda dos aluno ira ajudar o aluno a ter um pensamento cientifico, pesquisador ou seja será um sujeito que pergunta, cria, interage e socializa com os colegas.
Referências:
Açaí Blog: Um blog Pedagógico para uso na escola e na formação de professores.
Brincar
é estar com o corpo em movimento. É pensar, agir, raciocinar, inventar,
interagir, fantasiar, pular, correr, é ter a alma leve, são vivências
brincantes. Brincar é muito, muito importante, pra mim foi e é até hoje, pois
tive a oportunidade de brincar, ter casinha na arvore até o jogo de taco. E
naquela época em que estava na escola lembro-me do recreio que era um momento
muito prazeroso, brincávamos de amarelinha, esconde-esconde, cabra-cega entre
tantos outros, agora percebo o quanto foi importante essa fase da minha vida.
Aprendi muitas coisas naquele tempo, as brincadeiras tinham regras, o que me
ensinou que cada um tem que esperar a
sua vez, fiz amizades que duram até hoje, riamos muito por qualquer coisa, sem
motivo, apenas pelo prazer de dar risadas. Através do brincar a criança
constrói sua identidade e brincado ela compreende melhor o mundo, as pessoas a
sua volta, constrói maneiras de interagir com o mundo adulto. Muitas vezes,
resolve conflitos internos, fantasiando e imaginando, é uma maneira de lidar
com seus medos, angustias, com a dor e perdas afetivas.
Para
Vygotsky, segundo Aranha (2002), a brincadeira, o jogo são atividades
específicas da infância, nas quais a criança recria a realidade usando sistemas
simbólicos. É uma atividade social, com contexto cultural e social.
Quando
ela recria e imagina, ela brinca de imitar o adulto mais próximo a ela, a
influência do brinquedo no desenvolvimento da criança é muito forte. A criança
aprende a agir numa esfera cognitiva.
“Para
Winnicot a criança ao brincar de prepara para o encontro com o outro,
preparando uma organização mental, necessária para que se estabeleça e tenhamos
condições emocionais para manter relações sociais e afetivas.”
Brincar
é importante para a criança, pois ela se comunica através das brincadeiras
reproduz suas vivências do cotidiano. O ato de brincar auxilia no processo de
aprendizagem, favorece na construção da reflexão, da criatividade. É importante
conscientizar os pais, professores e sociedade em geral sobre a importância da
ludicidade que a criança vivência na infância, pois o brincar faz parte de uma
aprendizagem prazerosa e lúdica.
De
acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (Brasil,
1998, p.27, V. 01):
O principal indicador da brincadeira, entre as
crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na
brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não literal,
transferindo e substituindo suas ações e características do papel assumido,
utilizando-se de objetos substituídos.
É na brincadeira que a
criança se desenvolve, cria situações em que ela transforma e produz novos
significados. Mas as brincadeiras não acontecem só em grupo, ela também pode
ser individual, pois apesar de ser pequena , ela também precisa deste momento
sozinha, para pensar sozinha ou até mesmo conversar com seu amigo imaginário ou
explorar um brinquedo. Temos que ter o
cuidado e a sensibilidade de saber que cada criança é diferente da outra. Tem
as que vivem na cidade, na periferia, em bairros nobres ou populares. Algumas
vivem em famílias que tem hábitos, costumes e falam línguas diferentes,
portanto a forma de brincar é diferente. Mas apesar das diferenças todas são
crianças e precisam ser respeitadas em sua singularidade. As crianças aprendem
novas formas de brincar tendo contato diário com outras crianças. Muitas vezes
durante uma brincadeira pode haver confrontos: uma tira o brinquedo da outra,
quando isso acontece é preciso o professor intervir, para que a criança aprenda
a controlar o sentimento de posse e raiva, ajudando-o a dividir com o colega o
brinquedo. Esses momentos de conflito fazem parte do processo desenvolvimento
da criança, essa vivência deve ser vivida, para que elas aprendam a compartilhar
e a viver em grupo.Em fim cabe a nós adultos e professores criar e propiciar,
momentos, situações, proporcionando o desenvolvimento infantil através de jogos
e brinquedos que despertem a curiosidade e amplie seus conhecimentos e suas
habilidades. Mas para que as crianças
possam se desenvolver além de propiciar esses momentos é necessário que haja
uma profusão e variedade nas experiências que lhe são oferecidas, sejam elas
mais voltadas ao processo imaginativo e fantasioso ou às aprendizagens.
Referências:
Wenner, Melinda. Brincar é coisa séria. Mente
Cérebre. São Paulo: Ediourodueto Editorial Ltda. Ano XVIII, n° 216,
jan/2011 (pp: 26-35).
Salles
Christini, Hildebrandt Carolyn, Zan Betty, Edmiaston Rebeca Devries Rheta
Rebeca, O Currículo Construtivista na Educação Infantil- Práticas e Atividades.
O texto de Regina Hara nos faz ver o quanto o trabalho dos educadores tem sido desafiador, pois manter esses jovens/adultos, depois de um dia longo de trabalho não é fácil. Vivemos em uma sociedade excludente, que acredita que as pessoas da classe popular não têm direito a uma escolarização de qualidade. É importante que o professor conheça seu aluno como sujeito que constrói seu conhecimento a partir de suas vivências com o mundo. Ainda neste mesmo contexto Emília Ferreira, Ana Teberosky assim como Paulo Freire mostram através de uma investigação que a aquisição da linguagem do sujeito parte do seu conhecimento e interação que ele tem com o objeto. Mas é fato ao constatarmos que os alunos da EJA não são crianças grandes e como tal não podem ser infantilizadas, são pessoas com vivências e experiências de vida, com uma imensa bagagem de saberes, mesmo que não formais é importante serem consideradas.
Em relação aos vídeos apresentados pode-se perceber realmente o quanto ele se sentem envergonhados e excluídos, querem aprender para não depender de ninguém, ao aprender eles se sentem pessoas pertencentes a um lugar na sociedade. No primeiro vídeo, os alunos da EJA fazem relatos em relação às dificuldades que eles tinham para conseguir um emprego, por não saberem ler e escrever. A necessidade de conseguir um trabalhar para o sustento da família, ajudar os filhos nas lições de casa e ter mais autonomia fez com que esses sujeitos voltassem para a sala de aula.
“Todos temos que saber ler e escrever, todos temos que ler o mundo é um ato coletivo, solidário e não solitário...” Paulo Freire.
Sendo assim é importante que o educador da EJA acolha seu aluno, fazendo com que ele se sinta seguro, criando laços afetivos e que o mesmo acredite que tem capacidade para aprender e que ele como sujeito de direito faz parte “sim” do mundo por inteiro.
“To doidinha pra sair daqui e voar longe”, essa frase mostra o quanto o aluno da EJA a partir do momento que aprendem, eles se sentem motivados a continuar frequentando as aulas pois percebem que ao adquirir conhecimento suas vidas começam a mudar. Mas para que toda essa transformação aconteça é importante o professor ver que cada aluno tem seu tempo de aprender e que esse aprendizado é como uma colcha de retalhos, a cada dia um novo aprendizado, uma nova etapa vencida, um pedacinho dessa construção que vai se agregando ao que eles já aprenderam a sua bagagem de vivências.
Segundo Paulo Freire antes de ler mundo, ter uma visão o mais próximo possível da realidade, pois é importante valorizar o conhecimento que o aluno já tem.
E por último é importante proporcionar para o aluno do EJA, atividades instigantes que despertem a curiosidade e a vontade de permanecer em sala aprendendo, respeitando que ele é capaz de construir seu arcabouço cognitivo. Portanto dentro dessa perspectiva ao se sentir acolhido e seguro, ele poderá perguntar, questionar e também expor seu conhecimento sem que se sinta envergonhado por não entender determinado assunto.
Referências:
Hara, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio, 3. ed, São Paulo:CEDI, 1992.
https://www.youtube.com/watch?v=h07zSgqdSeo.
Inovação pedagógica quer dizer mudança, transformação e qualidade no fazer pedagógico. E para que isso aconteça é necessário que os professores participem ativamente das formações para qualificar e repensar sua metodologia em sala. A inovação pedagógica agrega novos conhecimentos qualificando e fomentando novas aprendizagens. Os desafios são muitos: como ensinar novos conceitos de que os educandos entendam? Como cumprir o currículo sem parecer repetitivo?
Todas essas questões e muitas outras nos faz ver o quanto é necessário inovar, pesquisar novas formas de ensinar qualificando o fazer pedagógico. Outro fator importante para se ter sucesso nas inovações pedagógicas é nunca esquecer que o educando já tem uma bagagem de vivências, cada um com sua peculiaridade, sempre respeitando os limites de cada um pois cada sujeito aprende de uma forma diferente.
Portanto a inovação pedagógica pode ser compreendida como um processo que ocorre de dentro para fora, onde a reflexão e mudanças se fazem necessárias.
Pode-se trabalhar com essas novas pedagogias desde a educação infantil, desde que seja adequado, prazeroso e instigante para a criança.As praticas pedagógicas também proporciona autonomia aos educandos. Segue o vídeo abaixo:
Referências:
.CUNHA, Maria Isabel da. Inovações pedagógicas e a reconfiguração de saberes no ensinar e no aprender na universidade. VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Centro de Estudos Sociais, Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra, Portugal, 16 a 18 de setembro de 2004.
No que se
refere à EJA a autora Marta Kohl, caracteriza o grupo que frequenta, como
jovens e adultos "não crianças". É um grupo de pessoas bem
homogêneas. Em geral são oriundos do campo, trabalhadores não qualificados, analfabetos,
pessoas excluídas das salas de aula pelas mais diversas razões e tem como
objetivo uma realização pessoal, sentem necessidade de ajudar seus filhos em
idade escolar e buscam novas respostas para seus conflitos e dificuldades.
É importante
levar em consideração o que esses jovens e adultos pensam e como eles aprendem,
e assim proporcionar aprendizagens significativas procurando sempre
contextualizar com as vivências dos educandos.
A maior
dificuldade que os alunos da EJA enfrentam são as condições precárias de
vida, pois todos trabalham a maioria já tem família para sustentar, com valores
éticos e morais construídos a partir de suas vivências e do contexto que estão
inseridos. Do mesmo modo muitos têm que enfrentar a baixa autoestima, chegam
cansados depois de um dia inteiro de trabalho, acreditam não serem capazes.
É importante
que o aluno da EJA se sinta acolhido e seguro e que as atividades pedagógicas
busquem estimular esse aluno que tem dificuldades no campo cognitivo.
Em fim
acredito que nós professor temos o desafio de ajudar o aluno da EJA a
encontrar seu lugar na sociedade, construindo e realizando seus objetivos e
novamente sonhando com um futuro melhor.
Referencias:
Oliveira, Marta Khol de, Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e Aprendizagem.