Brincar
é estar com o corpo em movimento. É pensar, agir, raciocinar, inventar,
interagir, fantasiar, pular, correr, é ter a alma leve, são vivências
brincantes. Brincar é muito, muito importante, pra mim foi e é até hoje, pois
tive a oportunidade de brincar, ter casinha na arvore até o jogo de taco. E
naquela época em que estava na escola lembro-me do recreio que era um momento
muito prazeroso, brincávamos de amarelinha, esconde-esconde, cabra-cega entre
tantos outros, agora percebo o quanto foi importante essa fase da minha vida.
Aprendi muitas coisas naquele tempo, as brincadeiras tinham regras, o que me
ensinou que cada um tem que esperar a
sua vez, fiz amizades que duram até hoje, riamos muito por qualquer coisa, sem
motivo, apenas pelo prazer de dar risadas. Através do brincar a criança
constrói sua identidade e brincado ela compreende melhor o mundo, as pessoas a
sua volta, constrói maneiras de interagir com o mundo adulto. Muitas vezes,
resolve conflitos internos, fantasiando e imaginando, é uma maneira de lidar
com seus medos, angustias, com a dor e perdas afetivas.
Para
Vygotsky, segundo Aranha (2002), a brincadeira, o jogo são atividades
específicas da infância, nas quais a criança recria a realidade usando sistemas
simbólicos. É uma atividade social, com contexto cultural e social.
Quando
ela recria e imagina, ela brinca de imitar o adulto mais próximo a ela, a
influência do brinquedo no desenvolvimento da criança é muito forte. A criança
aprende a agir numa esfera cognitiva.
“Para
Winnicot a criança ao brincar de prepara para o encontro com o outro,
preparando uma organização mental, necessária para que se estabeleça e tenhamos
condições emocionais para manter relações sociais e afetivas.”
Brincar
é importante para a criança, pois ela se comunica através das brincadeiras
reproduz suas vivências do cotidiano. O ato de brincar auxilia no processo de
aprendizagem, favorece na construção da reflexão, da criatividade. É importante
conscientizar os pais, professores e sociedade em geral sobre a importância da
ludicidade que a criança vivência na infância, pois o brincar faz parte de uma
aprendizagem prazerosa e lúdica.
De
acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (Brasil,
1998, p.27, V. 01):
O principal indicador da brincadeira, entre as
crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na
brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não literal,
transferindo e substituindo suas ações e características do papel assumido,
utilizando-se de objetos substituídos.
É na brincadeira que a
criança se desenvolve, cria situações em que ela transforma e produz novos
significados. Mas as brincadeiras não acontecem só em grupo, ela também pode
ser individual, pois apesar de ser pequena , ela também precisa deste momento
sozinha, para pensar sozinha ou até mesmo conversar com seu amigo imaginário ou
explorar um brinquedo. Temos que ter o
cuidado e a sensibilidade de saber que cada criança é diferente da outra. Tem
as que vivem na cidade, na periferia, em bairros nobres ou populares. Algumas
vivem em famílias que tem hábitos, costumes e falam línguas diferentes,
portanto a forma de brincar é diferente. Mas apesar das diferenças todas são
crianças e precisam ser respeitadas em sua singularidade. As crianças aprendem
novas formas de brincar tendo contato diário com outras crianças. Muitas vezes
durante uma brincadeira pode haver confrontos: uma tira o brinquedo da outra,
quando isso acontece é preciso o professor intervir, para que a criança aprenda
a controlar o sentimento de posse e raiva, ajudando-o a dividir com o colega o
brinquedo. Esses momentos de conflito fazem parte do processo desenvolvimento
da criança, essa vivência deve ser vivida, para que elas aprendam a compartilhar
e a viver em grupo.Em fim cabe a nós adultos e professores criar e propiciar,
momentos, situações, proporcionando o desenvolvimento infantil através de jogos
e brinquedos que despertem a curiosidade e amplie seus conhecimentos e suas
habilidades. Mas para que as crianças
possam se desenvolver além de propiciar esses momentos é necessário que haja
uma profusão e variedade nas experiências que lhe são oferecidas, sejam elas
mais voltadas ao processo imaginativo e fantasioso ou às aprendizagens.
Referências:
Wenner, Melinda. Brincar é coisa séria. Mente
Cérebre. São Paulo: Ediourodueto Editorial Ltda. Ano XVIII, n° 216,
jan/2011 (pp: 26-35).
Salles
Christini, Hildebrandt Carolyn, Zan Betty, Edmiaston Rebeca Devries Rheta
Rebeca, O Currículo Construtivista na Educação Infantil- Práticas e Atividades.
Revista Pré-
Univesp
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